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Gostando ou não, todos os dias tomamos decisões que vão desde o que vamos comer ou vestir a até em que candidato vamos votar nas eleições. No artigo 6 exemplos de como e por que tomamos decisões sem lógica publicado pela BBC, você irá saber um pouco mais sobre decisões.
Apesar de muitas vezes não nos darmos conta disso, nossa mente enfrenta uma batalha poderosa: da intuição contra a lógica.
Grandes pensadores como Daniel Kahneman e Amos Tversky revolucionaram a concepção de como a nossa mente funciona.
Eles falaram — na década de 1970 — sobre os “vieses cognitivos” que influenciam nossas decisões, fazendo referência a desvios no processo mental que nos levam a interpretações irracionais ou distorcidas.
Aqui vamos ver estes e outros autores em 6 exemplos de como e por que tomamos decisões sem lógica.
Na sequência colocamos a matéria da BBC ou você pode ler o artigo original clicando aqui.
Boa Leitura!
6 exemplos de como e por que tomamos decisões sem lógica
- Cecilia Barría BBC News Mundo 22 janeiro 2021
Gostando ou não, todos os dias tomamos decisões que vão desde o que vamos comer ou vestir a até em que candidato vamos votar nas eleições.
E embora muitas vezes não percebamos, nossa mente enfrenta uma batalha poderosa: da intuição contra a lógica.
- O fenômeno cognitivo que leva empresas e pessoas a tomar decisões erradas
- ‘Efeito chamariz’: entenda o truque das empresas para você comprar o produto mais caro
Grandes pensadores como Daniel Kahneman e Amos Tversky revolucionaram a concepção de como a nossa mente funciona ao falarem — na década de 1970 — sobre os “vieses cognitivos” que influenciam nossas decisões, fazendo referência a desvios no processo mental que nos levam a interpretações irracionais ou distorcidas.
Kahneman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia e autor do best-seller Rápido e devagar: duas formas de pensar, argumenta que temos dois sistemas de pensamento: um rápido, que está sempre pronto para fornecer respostas intuitivas e instantâneas, e um mais lento, que é encarregado de tomar as decisões racionais.
Uma dicotomia
Nessa dicotomia, costuma vencer o sistema ilógico, que domina muito do que dizemos, fazemos, pensamos e acreditamos.
“Estamos configurados para poder tomar decisões com muita rapidez e eficiência com pouquíssimos dados, sem dispor de todas as informações, tampouco de muito tempo e energia para poder pensar”, diz à BBC Helena Matute, professora de psicologia da Universidade de Deusto, na Espanha, e autora do livro Nuestra Mente nos Engaña (“Nossa mente nos engana”, em tradução literal).
Nessas condições, não é possível que as decisões sejam lógicas, ela explica, já que normalmente “não é prioritário para a nossa sobrevivência”.
Pedro Rey Biel, professor de Economia do Comportamento da ESADE Business School, na Espanha, explica que os economistas aceitaram que o ser humano funciona com vieses cognitivos, o que tem um grande impacto nos modelos preditivos e em toda a sociedade.
“Cometemos mais erros quando as consequências de nossas decisões são incertas”, explica Biel em entrevista à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.
“Os seres humanos não estão preparados para avaliar probabilidades, somos muito ruins em interpretação. E as emoções muitas vezes turvam (nossas ideias).”
Mas é difícil
Segundo ele, é difícil ter clareza sobre nossos objetivos cada vez que tomamos uma decisão e sobre qual a melhor forma de alcançá-los.
Além disso, nossas decisões são tomadas em um “ambiente estratégico”, ou seja, são determinadas pelo o que os outros fazem. Tudo isso nos influencia a tomar decisões sem lógica, ressalta.
Foram identificados dezenas de vieses cognitivos que interferem em nossas decisões, muitos dos quais são contraditórios entre si.
Embora um não seja mais importante do que o outro, listamos a seguir seis maneiras pelas quais tomamos decisões sem lógica, de acordo com psicólogos, neurocientistas e economistas.
1. Viés de confirmação
O viés de confirmação nos faz ficar inclinados a ouvir, ler, pesquisar ou lembrar de informações que confirmem nossas crenças.
Com o uso massivo das redes sociais, esse viés se tornou ainda mais comum, uma vez que tendemos a nos comunicar com outras pessoas que têm ideias semelhantes e que reafirmam constantemente nossa visão de mundo.
Isso fica evidente em questões que dividem opiniões de forma radical. Por exemplo, em debates sobre o aborto, o desempenho de um governo ou de um time de futebol, a diversidade de gênero, raças ou religiões.
Em vez de escutar os argumentos do lado oposto e avaliar os fatos de forma racional, tendemos a prestar atenção aos indicadores que nos ajudam a mostrar que estamos certos.
Quando operamos com o viés de confirmação, só ouvimos o que queremos ouvir.
2. Viés de ancoragem
Também é bastante comum que as primeiras informações que recebemos influenciem nossas opiniões com mais força. Trata-se de um fenômeno conhecido como viés de ancoragem.
Por exemplo, o primeiro número que aparece sobre uma mesa de negociação geralmente se torna um ponto de ancoragem, em torno do qual giram os demais argumentos.
O mesmo pode acontecer quando um médico faz o diagnóstico de um paciente e tende a ficar com a primeira avaliação, em vez de deixar a porta aberta para novos diagnósticos que podem contradizer sua primeira impressão.
Quando não temos todos os dados ou somos pressionados a tomar decisões rápidas, muitas vezes contamos com “âncoras”, ou seja, uma informação que nos ajuda a ajustar o resto de nossas ideias em torno dela.
Pior ainda, às vezes são os únicos dados de que dispomos e os utilizamos como âncora para construir toda uma base teórica sem ter as evidências necessárias que nos permitam defender nossa posição de forma sólida. Nesse caso, damos peso excessivo às primeiras informações recebidas, mesmo que incompletas.
Este viés também nos faz ancorar o primeiro dado que um político informa e supor que seja verdadeiro, sem deixar espaço para checar depois com outras fontes confiáveis se a informação é realmente verdadeira.
Na área de marketing e vendas, também funciona com bastante sucesso.
Por exemplo, vemos uma televisão à venda por US$ 1 mil na loja e achamos cara demais. Mas quando descobrimos que há um desconto e agora custa apenas US$ 700, nos parece que é um ótimo negócio, mesmo que a televisão ainda seja cara.
Ou quando restaurantes colocam preços excessivamente altos em determinados itens de um cardápio, dá a impressão de que os pratos mais baratos são mais convenientes, embora ainda sejam caros.
3. Viés da disponibilidade
Trata-se de ver as coisas de maneira diferente quando te tocam, como uma experiência próxima.
Por exemplo, se temos dois ou três membros da família que sofreram um acidente de carro recentemente, não é incomum pensar que os acidentes de trânsito estão aumentando na sociedade.
Porém, é possível que a realidade nos mostre exatamente o contrário, ou seja, uma redução dos acidentes. Mas, uma vez que vivenciamos casos próximos, é difícil prestar atenção aos dados estatísticos.
Algo semelhante acontece com um fumante que não vê ninguém próximo morrer por causa do tabagismo e, portanto, pensa que o risco é pequeno, embora os cientistas digam o contrário.
Ou quando o carro de várias pessoas é roubado em sua vizinhança. Provavelmente achamos que esse tipo de crime é muito mais comum do que indicam as estatísticas.
Esse viés nos faz estimar a probabilidade de que algo aconteça, com base na disponibilidade de exemplos que vêm à nossa mente.
4. Viés do presente
O viés do presente faz com que prestemos atenção ao que está acontecendo agora, sem nos preocuparmos com o futuro.
Um exemplo típico são as pessoas que preferem gastar dinheiro hoje, em vez de economizar. Vários experimentos foram feitos onde se oferece a uma pessoa, por exemplo, US$ 100 hoje ou US$ 200 um ano depois.
A maioria prefere o dinheiro hoje, mesmo que receba uma quantia menor.
Esperar muito tempo gera incerteza, e a gratificação imediata costuma prevalecer sobre todos os outros argumentos.
Este viés nos leva a comer demais, enviar mensagens de texto ao dirigir e fazer sexo sem proteção, por exemplo.
5. Viés egocêntrico
Quando as pessoas tendem a assumir seus sucessos, mas culpam outras pessoas ou causas externas por seus fracassos, estamos lidando com o viés egocêntrico (conhecido em inglês self-serving bias).
Se vamos bem em um projeto, provavelmente presumimos que é porque trabalhamos intensamente. E então, merecemos o sucesso.
Mas quando as coisas dão errado, é mais provável que busquemos culpados ou até digamos que foi falta de sorte.
Este viés desempenha um papel importante, no sentido de que ajuda a proteger nossa autoestima. No entanto, muitas vezes pode nos levar a projetar nossas próprias deficiências nos outros.
Este viés nos leva a privilegiar nossos próprios interesses em detrimento dos dos outros.
6. Efeito chamariz
Quando você compra um café, geralmente pode escolher entre três tamanhos: pequeno, médio e grande. E, como você já deve ter percebido, o médio costuma custar quase o mesmo preço do grande.
Dada a pequena diferença no valor, alguma vez você já acabou optando pela opção maior e mais cara?
Caso a resposta seja positiva, você foi vítima de um viés cognitivo chamado efeito chamariz.
Ao apresentar a você, deliberadamente, uma terceira opção menos atraente (nesse caso, o tamanho médio), faz com que você decida pagar mais do que pagaria racionalmente.
“Se você apresentar as alternativas de uma certa maneira, pode levar as pessoas a consumir os produtos mais caros”, diz à BBC Linda Chang, psicóloga da Universidade Harvard, nos EUA.
Estudos recentes
Estudos recentes revelam que não se trata apenas de uma estratégia de marketing. O efeito chamariz pode estar presente também no recrutamento de profissionais, na área da saúde e até na política.
Namika Sagara, cofundadora da consultoria Syntoniq, dedicada à assessoria financeira por meio de soluções tecnológicas baseadas nos princípios da economia comportamental, argumenta que decisões menos lógicas desempenham um papel importante.
“Elas nos ajudam a navegar por um mundo opressor”, diz Sagara à BBC News Mundo.
Mas como evitar ser dominados por decisões sem lógica?
“Um passo fundamental é estar ciente de seus próprios vieses”, afirma.
“Você tem que aprender quais são os diferentes vieses e identificar como eles podem estar afetando seu comportamento.”
Uma tarefa nada fácil, mas pelo menos pode ser o ponto de partida para uma longa caminhada.
O artigo original “6 exemplos de como e por que tomamos decisões sem lógica”, publicado em glassdoor.com, foi utilizado como fonte para a elaboração deste texto. Para acessar a publicação original clique aqui.
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Este texto foi escrito em português do Brasil. As palavras entre aspas são usadas para descrever figuras de linguagem ou termos que podem ser considerados polêmicos por alguns indivíduos. Eles não representam nenhum preconceito ou posição sociopolítico, filosófico, religioso, econômico ou ideológico.diminuir o tamanho da letra para ser o texto final
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