Por que procrastinamos?

Por que procrastinamos? Preguiça ou estímulos.

Tempo médio de leitura: 5 minutos

“Você consegue me entregar isso até o final do dia?” não é um pedido que muitos funcionários gostam de ouvir. Mas, às vezes, prazos mais longos podem impor a questão: Por que procrastinamos?

Assim, para muitas pessoas, os prazos mais curtos — em vez de mais longos como podem realmente ajudar na conclusão de uma tarefa e fazer com que elas considerem o próprio trabalho menos difícil.


1. A ciência pode explicar.

Em um estudo publicado no Journal of Consumer Research, Rajesh Bagchi, Stefan Hock e Meng Zhu revelam que prazos mais longos podem levar os funcionários a pensarem que uma tarefa é mais difícil do que realmente é, o que faz com que dediquem mais recursos ao trabalho.

Ou seja, prazos mais longos aumentam a duração do adiamento e a probabilidade de que o trabalho seja realizado sob pressão do tempo.

Por exemplo, quando peço aos alunos que realizem algum tipo de trabalho a ser entregue em uma data futura, informo o deadline como sendo dia X até às 23:59.

Como consequência, mais de 90% das entregas acontecem no dia X após às 22:00.

A Lei de Parkison

Esta forma de trabalhar é explicada pela Lei de Parkison:

“O trabalho se estende de modo a preencher o tempo disponível para a realização”.

No contexto da Gestão de Pessoas, os autores afirmam que os gestores precisam compreender os prazos de uma forma mais abrangente.

Em primeiro lugar, enquanto a lei de Parkinson sugere que prazos mais longos levam as pessoas a definir metas mais fáceis e, portanto, a diminuir o esforço.

Além disso, prazos mais longos aumentam a percepção de dificuldade de uma tarefa.

Prazos mais longos = metas mais fáceis, menor esforço, mais dificuldade para executar as tarefas.

Além disso, prazos mais longos aumentam o comprometimento monetário. Ou seja, quando uma meta inclui um orçamento, talvez seja melhor definir um prazo mais curto e não um longo.

2. A busca pelo mais fácil.

Simultaneamente, os autores verificaram que as pessoas, ao serem confrontadas com muitos prazos para tarefas de importância variada, geralmente se dedicam a tarefas menos importantes e com prazos mais curtos do que a trabalhos mais importantes com prazos mais longos.

Dessa forma pode-se concluir que a limitação de tempo afeta a maneira pela qual os indivíduos selecionam as tarefas a serem concluídas.

3. Urgente ou Importante?

Conforme os estudos realizados pelos autores, a tendência das pessoas a postergar o que é importante para concluir tarefas urgentes menos importantes reflete uma preferência psicológica básica.

Quer algum exemplo:

  • Verificamos e-mails e os respondemos em vez de trabalhar no relatório de rendimentos ou no projeto de nossa equipe.
  • Optamos por adiar um check-up médico de rotina que poderia salvar nossa vida para ir a um happy hour.
  • Investimos nosso tempo nas redes sociais e deixamos as decisões de lado.
  • Participamos de reuniões que não precisaríamos participar ao invés de executarmos os projetos.

Afinal, isto acontece porque as tarefas importantes são mais difíceis e mais distantes da conclusão. Enquanto as tarefas urgentes envolvem recompensas mais imediatas e certas.

Além disso, existe a possibilidade de que as pessoas preferem terminar as tarefas urgentes primeiro e trabalhar em tarefas importantes depois.

Agimos assim porque a dedicação a tarefas urgentes atrai mais a atenção das pessoas, mesmo que a recompensa seja menor.

Para terminar

Prazos curtos e tarefas urgentes são o que chamam a atenção. Atenção Gestores!

Por isso é importante que estes padrões sejam reconhecidos por gestores.

Assim, quando os prazos são mais distantes, os Gestores devem desviar a atenção das pessoas do prazo para os resultados conquistados através da execução das tarefas cotidianas.

Tire o foco do prazo para a execução.

Coloque o foco nos resultados.


Observações:
Este artigo foi escrito baseado em um artigo do autore Meng Zhu  (professor associado de Marketing da Johns Hopkins Carey Business School) e traduzido por Maurício Kakuei Tanakada, publicado na Harvard Business Review Brasil.

Saiba mais em nossas outras publicações Sou Consultor Imobiliário e nas publicações sobre o mercado de trabalho para quem tem mais de 40 50 ou mais anos de idade. São conteúdos para quem está nestes grupos ou para quem tem interesse nestes grupos.

Este texto foi escrito em português do Brasil. As palavras entre aspas são usadas para descrever figuras de linguagem ou termos que podem ser considerados polêmicos por alguns indivíduos. Eles não representam nenhum preconceito ou posição sociopolítico, filosófico, religioso, econômico ou ideológico.diminuir o tamanho da letra para ser o texto final
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